domingo, 4 de julho de 2010

O gosto.

Droga! Eu não devia ter feito isso. Ele sempre se empolga igual criança não consegue parar. Agora sou eu quem vai ficar com este gosto o dia todo na boca.

Desamor.

Uma noite qualquer a gente se encontra.
Afinal o mundo é apenas um peão,
Pequeno e solitário, girando infinitamente pelo universo.
E em uma dessas voltas estarei lá.
Ao seu lado.

Remoer pensamentos e percepções não é a maneira mais saudável de se esquecer alguém. Mas, Virgínia acreditava que sim, ou não, enfim nem mesmo ela sabia. Era uma agonia tamanha a não certeza do querer ou não querer.
Sempre que pensava nele seus olhos enchiam-se de lágrimas, de felicidade e tristeza, agonia e (in) certeza. Era estranho e indefinível. Borboletas no estômago e repugnância da ideia de estar novamente com ele.
Querer, não querendo. Amar, não amando. Tamanha a confusão de sua cabeça e de seu corpo. O qual pedia pelo seu toque, mas seus pensamentos a reprimiam: “Não, ele não a quer”. Ainda sentia o toque dos lábios, o acariciar das mãos e a respiração ofegante entre um beijo e outro. De testemunhas deste desamor? Somente o vento gélido de uma noite de inverno.
Como seria simples piscar os olhos e te ver. Estender meus braços e te sentir aqui, junto de mim – pensava Virgínia.
Estava cansada de ver a todos que conhecia terem um amor em suas vidas, enquanto ela, ela era toda desamor. Escolhas erradas, pessoas erradas e, consequentemente, atitudes erradas. Estava cansada de ouvir todos dizendo que cada um tem o seu par e o dela apenas não tinha chegado. Será? Não. Convenceu-se de que não havia sido feita para amar, afinal nunca dissera eu te amo a alguém, e isso a aborrecia.
“E se eu morrer amanhã?” – agourava. “Serei eu uma eterna caminhante solitária vagando por um vale de lágrimas?” – se perguntava todos os dias e a cada dia tinha mais certeza da resposta: Sim.
Apesar de tanta certeza a respeito de sua solidão, Virgínia só conseguia pensar que quer encontrar alguém que lhe dê carinho e beijos. E todo seu desamor, se transforma em amor, noite após noite, uma única prece toma conta de suas orações. “Eu só quero um amor, seja como for. Mas, que seja bom, seja bom, que seja bom”.