quarta-feira, 27 de maio de 2009

OCA...

Vem. Sua voz era tão falha que não entendi seu sussurro na semiescuridão. O segui pelo toque macio de suas mãos em meu tronco, elas me conduziam a um desconhecido vazio. Em breve me restaria apenas isto, o vazio. Ou, pensando melhor, me tornaria um ser oco. Estou oca de palavras que possam traduzir tudo o que sinto. Na realidade já não sei se sinto, nem ao menos acredito existir.
O existir se tornou oco e mudo. Pois, a tua ausência é traduzida em silêncio. Mas este sossego me desassossega, sinto sua falta, vejo teus olhos em todos os lugares, cada ser vivente me lembra você.
Sou oca. Afinal tudo o que havia dentro de mim tu levastes com o último beijo. Não fostes justo comigo, já sabias que era o derradeiro, porém escondeu a verdade de mim. Por egoísmo ou altruísmo? Impossível responder. Luto. Luto todas as manhãs para apagar-te de minha mente, pois a simples lembrança do teu cheiro dói. Ah! Como trocaria cada segundo que ainda há de vir, pelos últimos instantes ao teu lado. Pois não é concebível que eu exista em um mundo feito de silêncio e vazio, não é concebível que eu exista sem você.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Pacto!


Maria e Eugênia eram duas meninas loucas, porém com muito conteúdo na cabeça. Sempre gostaram de rock e todas as suas variações, pois elas estavam sempre em busca de novas emoções. Princípios? Tinham muitos. Escrúpulo, era o que não lhes faltava, estavam sempre preocupadas com todos e nunca abandonavam os amigos. Conhecidos, muitos. Amigos eram poucos, porém leais.

Elas eram dóceis e rebeldes, lutavam por seus ideais e demonstravam quem realmente eram apenas com um olhar.

Maria era simples, calada, gostava de observar a tudo e a todos. Já Eugênia era seu oposto. Sempre sorridente e falante, possuía um magnetismo próprio e incomparável. O que elas tinham em comum? A atração pelo inusitado e a capacidade de atrair os tipos mais estranhos e problemáticos do planeta. Isso as unia, mais do que laços de sangue. Por isso elas possuíam um pacto, um pacto de amizade eterna. O qual, elas não sabiam ainda, mas iria ser cumprido e respeitado sempre, pois elas eram o complemento uma da outra.