sábado, 25 de setembro de 2010

Maldade...

“Várias são as maneiras de se justificar a maldade”, pensava enquanto redigia a última matéria do dia. Fora um dia longo e exaustivo. Ela pensava apenas em ir para casa e se desligar do mundo, de tudo e todos. Como seria bom regressar aos tempos de infância, sem obrigações, estresse e ter a maldade tratada como infantilidade. Agora, como uma adulta, maldade era só maldade. Mas e o que pode ser considerado como maldade? “E será que sou tão má assim?”. “Não!” – respondia antecipando seu próximo pensamento.

Não fora má. Fora sincera. “Como a sinceridade consegue pegar as pessoas em cheio e conduzi-las para o lado desejado”. Manipuladora, isso sim é que fora. Conduziu tudo para o seu caminho, evitando acontecimentos que lhe seriam desagradáveis, constrangimento e futuro sofrimento.

“Ela estava avisada, it’s my, lhe falei. Depois tudo foi consequência” – sorri malvadamente. Voltando ao foco, o que é mesmo maldade?

Maldade é roubar, matar, humilhar, bater, xingar, enfim prejudicar aos outros. Ela não havia prejudicado ninguém, pelo contrário, tinha feito pessoas felizes e, sinceramente, poderia ter felicitado muitas mais.

Mas se ateve ao seu desejo. “Como fico cega quando quero algo” – raciocinou consigo. Ao foco, ao foco. A maldade é um reflexo do abandono da alma. A solidão faz as pessoas más. Situações limites as fazem más. “Com certeza estava em uma situação limite, era isto ou o sofrimento. Prefiro isto”.

Bateu seus dedos no teclado de seu computador. Digitou a última palavra. Ponto final. Está pronta e, afinal, não ficou tão má assim. Exatamente como ela.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A música

Olhares que denunciam.

Gestos que distanciam.

Toques imperceptíveis.

Um calor na face.

O sabor do último beijo,

Ainda latente, constante e presente.



Nossa música tocou no rádio. Que asneira estou falando, nossa música, desde quando temos uma música? Desde sempre. Desde aquele beijo, desde os carinhos trocados, dedos cruzados e nossos olhos fixos um no outro. Como posso ser tão tolo, como podemos ter uma música, se nem ao menos nos temos. Mas é fato: ela tocou. Já sei de cor todos seus acordes, sua letra e sua batida. Ouvi-a muitas vezes, incansavelmente, sempre pensando em ti.

Sinceramente, impossível dizer o que sinto quando a ouço. É um misto de saudade e incerteza. Nunca tinha pensado em um futuro com outro ser humano. Agora, quando penso em futuro, penso em ti. Não entendo como algo tão bom pode me enviar do céu ao inferno em segundos. Vivo buscando sua presença. Esta deve ser a sensação de um viciado. Sou um viciado em tua presença, teu toque e teus beijos. Sutis, inocentes, descentes por demais, mas que me completam.

Sonho, espero, planejo tua presença. Mas quando a tenho, paraliso. A voz some, as palavras fogem, meus olhos desviam. É o mais sensato, eles podem me denunciar. A tortura da tua ausência só é agravada pela nossa música. De novo essa história, impossível termos uma música, eu sei, você não deve se lembrar. Bom, é melhor eu parar de ouvir rádio, pois chega de devaneio, de tortura e de lembrar que você não está aqui.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Teu.

Como faço para me tornar parte da sua vida?


Tomar seus pensamentos,


Sentimentos.


Ser seu ar, seu amor, seu temor?




Responda-me


E serei teu.