segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rumar

Noite dessas vou sair sem rumo, sem prumo. Apenas para sentar no bar, beber algumas cervejas e conversar com os amigos. Sabe, papo fiado, sem compromisso com ninguém, sem sentir nem raiva, inveja ou qualquer outro sentimento ruim. Quero apenas a alegria e a embriaguez de uma boa música e uma boa companhia.

Talvez, apenas talvez, eu olhe para os lados e perceba alguém interessante, um amigo de um amigo ou apenas alguém. Com olhos azuis, quase verdes, lábios de Kurt Cobain e cabelos divididos em cachos angelicais. Simplesmente o sorriso mais sincero de muitas noites já vividas. Talvez nos aproximemos por um acaso premeditado e eu queira saber tudo da sua vida ou conte tudo sobre a minha.

A música como companhia e testemunha de um encantamento, talvez recíproco. Insatisfeitos pelo pouco tempo compartilhado, sairemos pela noite fria em busca do que fazer, de onde ir. Provavelmente encontraremos um lugar com amigos, violão e mais música, afinal ela é nossa testemunha.

Olhos nos olhos. A proximidade. O toque das mãos. O beijo. Talvez, provavelmente fiquemos a sós, sem o que fazer na noite fria. Provavelmente eu ainda queira te conhecer, provável que você me faça muitas perguntas, vagas, tímidas. Seremos companheiros do frio da madrugada, das horas vagas de conversa fiada, um analisando ao outro. Entre cochilos, veremos o sol nascer em uma rua qualquer. Talvez perderemos a hora de acordar, as pessoas irão olhar, julgar, se assustar com nossa presença ali. Mas você contornará tudo com o bom humor matinal, aquele que veio logo após sua mudez matinal.

Sol nos olhos, brincadeiras e considerações. Você me pergunta onde me encontrar, deixo vago, subentendido, não vou querer ‘dar bandeira’. É então que você dirá: “te verei em meus sonhos”.

Noite dessas vou sair sem rumo, sem prumo. E, talvez, apenas talvez, a história torne-se realidade.