quarta-feira, 17 de novembro de 2010
Agonia.
Saudade
E desamor
Fogo
gelo
Tristeza
Felicidade
Misto
Junto
Vivo um estado de agonia
De onde vem,
Pra onde vai?
Quero saber.
Mas quanto mais tento
Não consigo
Não aguento
Não posso mais
Não quero mais.
Mas não sei o que querer,
ou sei?
É algo que não chega.
Não vem.
Estou perdido
Perdido neste labirinto
Que é esta agonia.
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Solidão.
Seus discos e livros não eram mais o suficiente. A solidão, companheira de outrora, tomara conta de seu corpo e de sua alma, tornando-a gélida e insossa. Em silêncio, ela travara uma luta contra as noites solitárias e monótonas, mas esta já era uma guerra perdida, mesmo antes de começar.
sábado, 25 de setembro de 2010
Maldade...
“Várias são as maneiras de se justificar a maldade”, pensava enquanto redigia a última matéria do dia. Fora um dia longo e exaustivo. Ela pensava apenas em ir para casa e se desligar do mundo, de tudo e todos. Como seria bom regressar aos tempos de infância, sem obrigações, estresse e ter a maldade tratada como infantilidade. Agora, como uma adulta, maldade era só maldade. Mas e o que pode ser considerado como maldade? “E será que sou tão má assim?”. “Não!” – respondia antecipando seu próximo pensamento.
Não fora má. Fora sincera. “Como a sinceridade consegue pegar as pessoas em cheio e conduzi-las para o lado desejado”. Manipuladora, isso sim é que fora. Conduziu tudo para o seu caminho, evitando acontecimentos que lhe seriam desagradáveis, constrangimento e futuro sofrimento.
“Ela estava avisada, it’s my, lhe falei. Depois tudo foi consequência” – sorri malvadamente. Voltando ao foco, o que é mesmo maldade?
Maldade é roubar, matar, humilhar, bater, xingar, enfim prejudicar aos outros. Ela não havia prejudicado ninguém, pelo contrário, tinha feito pessoas felizes e, sinceramente, poderia ter felicitado muitas mais.
Mas se ateve ao seu desejo. “Como fico cega quando quero algo” – raciocinou consigo. Ao foco, ao foco. A maldade é um reflexo do abandono da alma. A solidão faz as pessoas más. Situações limites as fazem más. “Com certeza estava em uma situação limite, era isto ou o sofrimento. Prefiro isto”.
Bateu seus dedos no teclado de seu computador. Digitou a última palavra. Ponto final. Está pronta e, afinal, não ficou tão má assim. Exatamente como ela.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
A música
Olhares que denunciam.
Gestos que distanciam.
Toques imperceptíveis.
Um calor na face.
O sabor do último beijo,
Ainda latente, constante e presente.
Nossa música tocou no rádio. Que asneira estou falando, nossa música, desde quando temos uma música? Desde sempre. Desde aquele beijo, desde os carinhos trocados, dedos cruzados e nossos olhos fixos um no outro. Como posso ser tão tolo, como podemos ter uma música, se nem ao menos nos temos. Mas é fato: ela tocou. Já sei de cor todos seus acordes, sua letra e sua batida. Ouvi-a muitas vezes, incansavelmente, sempre pensando em ti.
Sinceramente, impossível dizer o que sinto quando a ouço. É um misto de saudade e incerteza. Nunca tinha pensado em um futuro com outro ser humano. Agora, quando penso em futuro, penso
Sonho, espero, planejo tua presença. Mas quando a tenho, paraliso. A voz some, as palavras fogem, meus olhos desviam. É o mais sensato, eles podem me denunciar. A tortura da tua ausência só é agravada pela nossa música. De novo essa história, impossível termos uma música, eu sei, você não deve se lembrar. Bom, é melhor eu parar de ouvir rádio, pois chega de devaneio, de tortura e de lembrar que você não está aqui.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Teu.
Como faço para me tornar parte da sua vida?
Tomar seus pensamentos,
Sentimentos.
Ser seu ar, seu amor, seu temor?
Responda-me
E serei teu.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O beijo.
Música alta, grandes concentrações de álcool no sangue.
Mãos que se acariciam.
Por fim, o beijo.
Esperado
Temido
Desejado.
Enfim, concretizado.
domingo, 4 de julho de 2010
O gosto.
Droga! Eu não devia ter feito isso. Ele sempre se empolga igual criança não consegue parar. Agora sou eu quem vai ficar com este gosto o dia todo na boca.
Desamor.
sábado, 19 de junho de 2010
Livre Passamento...
Vejo o dia que meus olhos irão cerrar de vez
As lágrimas cessarão
E meu sorriso se perderá na podridão
De minha carne.
Minha pele de outrora tão macia
Perderá seu perfume
Seu calor.
Perderá sua vida.
Não sentirei os gostos
Cheiros
E nem mesmo o toque de minha mortalha.
Levarei comigo tudo o que vivi
O que vi e ouvi.
Deixarei minhas ideias
E meus sonhos.
E, provavelmente, nenhuma lágrima se derramará
Por meu passamento.
Serei mais uma lápide perdida
Nos campos da memória de alguém
E abandonada ao tempo
E ao vento.
A chuva e o sol serão meus eternos companheiros.
segunda-feira, 12 de abril de 2010
Dúvidas.
Te querer e não poder
Ter você tão perto
E ao mesmo tempo tão distante
Não conseguir usar contigo
As palavras que tanto gosto
Que tanto uso
Te quero.
Simples assim, não.
Nada simples.
Pois,
Falar se torna tão difícil
Quando é sobre você mesmo
É medo
É covardia
É saudade e desejo.
Não posso.
Há uma barreira que nos separa.
Mas tu estas em tudo o que vejo
Toco e sinto.
Mas...não posso te tocar.
Pois, a barreira é intransponível.
Simples Assim.
Tudo é fácil
Simples, a gente é quem implica
E complica.
Simples assim:
Quero alguém pra mim.
Alguém que dê risada de minhas trapalhadas
Das palavras trocadas.
E são tantas!
Alguém que me faça cafuné
Enquanto vigia o meu sono
Que me conte histórias de um mundo melhor.
Alguém que vá comigo ao cinema
Ao teatro e a shows de rock.
Que me acompanhe nos assaltos a geladeira
E nas gordices de domingo.
Alguém que troque beijos sinceros
E dicas de leitura.
Que sorria, chore ou se zangue
Que sinta, intensamente.
Alguém que segure minha mão
Que compartilhe sua vida
E aguente mal humor matinal.
É
Quero alguém pra mim,
Apenas alguém
Simples assim.