segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Quase uma Balzaquiana



A vida é campeã de nos surpreender. Sempre que achamos que a dominamos, sabemos tudo sobre ela, ela vem e nos dá uma rasteira ou nos atira para o alto.
Nada é previsível, sempre pode ser o último dia, eu sei, tudo muito clichê. Porém, como reflexo da família, a maioria de nós mulheres sempre acreditou que ao chegar aos 26 anos estaria casada e com filhos, a casa linda, linda! Com aquele chão a espelhar a calcinha das visitas.
Os tempos mudaram e nós mulheres também. Não pensamos somente em criar uma família, na verdade esta é a última de todas as nossas preocupações. A carreira, a compra do apartamento, do carro, do novo computador....tudo vem antes da formação de uma família. Confesso que como quase balzaquiana isso é um pouco decepcionante. Não quero morrer sozinha, não ter filhos e netos. Pelo contrário, adoro a ideia de uma casa com varanda cheia de crianças a brincar de roda enquanto eu fico sentada em minha cadeira de balanços com uma câmera a postos.
Porém, se ainda não aconteceu de eu iniciar uma família, paciência! Tenho muito para aprender ainda, e gosto de pensar nas possibilidades que ser sozinha tem proporcionado à minha vida. Por exemplo, os novos amigos que a vida me apresenta e as noites de conversas sem sentido com os mesmos. A possibilidade de decidir uma viagem para o fim de semana, sem precisar consultar a ninguém. Tudo é tão simples, tão fácil. Não é porque você está solteiro que se está sozinho. Há amigos. E amigos lhe compreendem, lhe completam, muitas vezes muito mais que o seu amor.
Não há motivos para se sentir amargurada ou querer se trancar no quarto porque levou um fora daquele cara. Outro dia ouvi uma frase popular, mas muito interessante: são tantos homens, porque iria correr atrás de um? Afinal, se ele não lhe deu valor anteriormente por qual motivo você deveria valorizá-lo na frente de todos?
Enfim, mais importante que tudo isso é viver sua vida, do jeito que melhor agradar, afinal, até que provem o contrário, só temos uma. E não vamos desperdiça-la e muito menos as suas oportunidades, que são tantas. 

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