domingo, 1 de março de 2009

Dor

Amor rima com dor. Isso porque amar dói. E muito.
Dói porque você se doa para alguém.
Dói porque as vezes alguém não sente o mesmo.
Dói pelo desejo exacerbado de tomar conta da vida do outro. Pelo desejo de possuir integralmente corpo e alma do ser amado.
Dói pelo simples prazer que o amor tem em molestar a consciência dos seres humanos.
Amar dói. Mas simplesmente não conseguimos viver sem esta dor que não tem remédio. Ou melhor, tem. O único antídoto existente é a possessão. Quando se possui o objeto amado a dor se esconde, mas erra aquele que acredita que ela foi embora. Ela está sempre lá, a espreita, esperando uma fenda para vir à tona e voltar a doer.
Amar dói, mesmo assim nos atiramos ao amor sem sequer titubearmos. Sentimos a dor do amor pela simples convenção de vivermos em sociedade e precisarmos demonstrar sentimentos hipotéticos a todos.
Quão simples seria não sentirmos o amor e suas consequências?
Amar dói, mas faz parte do inferno de provações humanas rumo ao céu.

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