quarta-feira, 27 de maio de 2009

OCA...

Vem. Sua voz era tão falha que não entendi seu sussurro na semiescuridão. O segui pelo toque macio de suas mãos em meu tronco, elas me conduziam a um desconhecido vazio. Em breve me restaria apenas isto, o vazio. Ou, pensando melhor, me tornaria um ser oco. Estou oca de palavras que possam traduzir tudo o que sinto. Na realidade já não sei se sinto, nem ao menos acredito existir.
O existir se tornou oco e mudo. Pois, a tua ausência é traduzida em silêncio. Mas este sossego me desassossega, sinto sua falta, vejo teus olhos em todos os lugares, cada ser vivente me lembra você.
Sou oca. Afinal tudo o que havia dentro de mim tu levastes com o último beijo. Não fostes justo comigo, já sabias que era o derradeiro, porém escondeu a verdade de mim. Por egoísmo ou altruísmo? Impossível responder. Luto. Luto todas as manhãs para apagar-te de minha mente, pois a simples lembrança do teu cheiro dói. Ah! Como trocaria cada segundo que ainda há de vir, pelos últimos instantes ao teu lado. Pois não é concebível que eu exista em um mundo feito de silêncio e vazio, não é concebível que eu exista sem você.

2 comentários:

Guilg7 disse...

o Tocar,o sentir,o ver e o viver....tdo isso a nesse belo txt...


http://lg7fortalezace.blogspot.com/

vlw

Adriii disse...

Ficamos ocos quando algo que gostamos se vai... mas vai haver um momento que alguém vai preencher esse vazio em você. E eu torço por isso!