“Antes de qualquer coisa acontecer precisamos conversar” – ele disse com a seriedade estampada na face. Com modos polidos, cada qual tomou seu lugar à mesa. O cenário: um quarto de motel. Pitoresca era a decoração do local: cortinas roxas e paredes vermelhas, um constrangedor banheiro sem porta, espelhos e luzes fracas, que deixavam tudo envolvido em um tom obscuro e avermelhado. O rádio tocava as melhores do sertanejo universitário, apesar de ambos odiarem a trilha sonora, ela não os deixava em um silêncio constrangedor de um ambiente estranho.
Apesar de ser praticamente impossível haver silêncio, pois ele a enchia de perguntas: como, por qual motivo, de onde, assim, assado, sim ou não!? Ela respondia, categoricamente, a todas, amparada por sua sinceridade costumeira e lutando contra um ataque de risos motivado pelo cenário.
Ao final de acalorada discussão chegaram aos termos de seu contrato: nada de compromissos, cobrança zero, transparência entre as partes, sigilo e prazer total. O contrato foi selado com um aperto de mãos.
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